Esquizofrenia: Entenda o Transtorno que Muda a Forma de Ver o Mundo

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Esquizofrenia: Entenda o Transtorno que Muda a Forma de Ver o Mundo. A esquizofrenia é um dos transtornos mentais mais complexos que existem. Ela é cercada por muitos mitos e preconceitos, mas a verdade é que, com tratamento adequado, as pessoas que vivem com esquizofrenia podem levar uma vida estável e equilibrada. Se você já ouviu falar sobre essa condição, mas ainda tem dúvidas sobre o que ela realmente significa, ou se conhece alguém que vive com o transtorno, este artigo é para você.

Aqui, vamos descomplicar o que é a esquizofrenia, seus principais sintomas, como ela afeta o dia a dia de quem convive com o transtorno e, claro, como é possível tratar e oferecer apoio a quem precisa.

O que é Esquizofrenia?

A esquizofrenia é um transtorno mental crônico que afeta a maneira como a pessoa percebe a realidade. Quem tem esquizofrenia pode experimentar alucinações (ver ou ouvir coisas que não existem), delírios (acreditar em coisas irreais), pensamentos desorganizados e dificuldades em manter contato com a realidade. Parece assustador? Sim, pode ser, mas é importante entender que, com o tratamento certo, muitos dos sintomas podem ser controlados.

Ao contrário do que muitos pensam, a esquizofrenia não significa ter “múltiplas personalidades”. Essa confusão é comum, mas quem vive com esquizofrenia não “troca” de personalidade. O que acontece é que a percepção do mundo à sua volta pode ser profundamente alterada, o que faz com que a pessoa tenha dificuldades em diferenciar o que é real do que não é.

Principais Sintomas da Esquizofrenia

Os sintomas da esquizofrenia variam bastante de pessoa para pessoa, mas eles geralmente podem ser divididos em três grupos: positivos, negativos e cognitivos.

1. Sintomas Positivos

Apesar do nome, “sintomas positivos” não quer dizer que são bons. Na verdade, são chamados assim porque representam uma adição à realidade, algo que não está presente nas pessoas que não têm o transtorno. Entre os sintomas positivos estão:

– Alucinações: A pessoa pode ouvir vozes, ver coisas ou até sentir cheiros que não existem.

– Delírios: São crenças falsas, mas que a pessoa acredita profundamente. Por exemplo, ela pode achar que está sendo perseguida, ou que tem um poder especial.

– Pensamento Desorganizado: A pessoa pode ter dificuldade em organizar os pensamentos, tornando a fala desconexa ou difícil de entender.

2. Sintomas Negativos

Os sintomas negativos são chamados assim porque representam a perda de algo que deveria estar presente, como a capacidade de sentir prazer ou a motivação para realizar atividades. Alguns dos principais são:

– Apatia: A pessoa pode perder o interesse por atividades que antes gostava e parecer desligada do mundo ao redor.

– Isolamento social: A dificuldade de se relacionar com outras pessoas pode levar ao isolamento.

– Falta de expressão emocional: A pessoa pode ter uma expressão facial “vazia” ou falar de forma monótona, mesmo quando o assunto é emocionalmente importante.

3. Sintomas Cognitivos

Esses sintomas afetam as funções cognitivas, ou seja, a capacidade de pensar, lembrar e raciocinar. Eles podem incluir:

– Dificuldade de concentração: A pessoa pode ter problemas para se concentrar em tarefas simples.

– Problemas de memória: Esquecer informações recentes ou não conseguir se lembrar de algo importante.

– Dificuldade em tomar decisões: Coisas que antes eram simples, como escolher o que comer, podem se tornar desafiadoras.

O Que Causa a Esquizofrenia?

A ciência ainda não sabe exatamente o que causa a esquizofrenia, mas sabemos que é uma combinação de fatores genéticos, ambientais e químicos. Pessoas com histórico familiar de esquizofrenia têm maior risco de desenvolver o transtorno, mas isso não significa que seja apenas hereditário.

Alterações na química do cérebro, especialmente nos neurotransmissores como a dopamina e a glutamina, também estão ligadas ao surgimento da esquizofrenia. Além disso, eventos estressantes ou traumáticos durante a vida, especialmente na adolescência ou início da fase adulta, podem desencadear o primeiro episódio psicótico em alguém que já tenha predisposição genética.

Quando a Esquizofrenia Começa?

A esquizofrenia geralmente começa no final da adolescência ou no início da fase adulta, mas há diferenças significativas na idade de desenvolvimento entre homens e mulheres. Esse transtorno pode se manifestar em qualquer pessoa, mas o momento em que os primeiros sintomas aparecem costuma ser diferente entre os gêneros.

Nos Homens:

Os primeiros sinais de esquizofrenia nos homens costumam surgir mais cedo, geralmente entre os 18 aos 25 anos. Para muitos, a doença começa a se manifestar de maneira sutil, com mudanças de comportamento e um certo isolamento. Com o tempo, os sintomas podem se intensificar, levando a episódios mais graves de alucinações e delírios.

Nas Mulheres:

Nas mulheres, o desenvolvimento da esquizofrenia tende a ocorrer mais tarde do que nos homens, normalmente entre os 25 aos  35 anos. Além disso, alguns estudos sugerem que as mulheres podem ter sintomas menos intensos em comparação com os homens, mas essa diferença varia de pessoa para pessoa. Em alguns casos, os sintomas podem aparecer de forma repentina, enquanto em outros, o desenvolvimento é gradual.

Outro aspecto interessante é que, após os 40 anos, as mulheres podem apresentar o que é conhecido como “esquizofrenia de início tardio”, algo menos comum nos homens.

Como a Esquizofrenia Afeta a Vida Cotidiana?

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Viver com esquizofrenia é desafiador, tanto para a pessoa que tem o transtorno quanto para aqueles que convivem com ela. Os sintomas, especialmente os delírios e alucinações, podem dificultar o relacionamento com a realidade, o que torna as tarefas diárias complicadas. Ir ao trabalho, estudar, manter relações sociais e até mesmo cuidar da própria higiene podem se tornar difíceis durante uma crise.

Por isso, o tratamento adequado é essencial para que a pessoa possa retomar uma rotina o mais próxima do normal possível. Com os cuidados certos, muitos indivíduos com esquizofrenia conseguem manter uma vida ativa e significativa.

Tratamento da Esquizofrenia: Dá Para Viver Bem com o Transtorno?

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Sim, é possível viver bem com esquizofrenia, desde que a pessoa receba tratamento adequado. O tratamento geralmente inclui:

– Medicação: Os antipsicóticos são o principal tipo de medicamento usado para controlar os sintomas positivos, como alucinações e delírios. Esses medicamentos ajudam a equilibrar os neurotransmissores no cérebro e permitem que a pessoa mantenha uma conexão mais clara com a realidade.

– Psicoterapia: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das mais recomendadas para ajudar o paciente a lidar com os sintomas e aprender a diferenciar as crenças ou percepções irreais da realidade.

– Suporte familiar: O apoio da família é fundamental. Entender a esquizofrenia e aprender a lidar com os sintomas junto à pessoa faz uma grande diferença. Participar de grupos de apoio também pode ser uma excelente forma de trocar experiências e encontrar suporte emocional.

– Reabilitação psicossocial: Programas de reabilitação ajudam a pessoa com esquizofrenia a desenvolver habilidades sociais e ocupacionais, facilitando a reintegração ao trabalho e à vida em comunidade.

O grande desafio com a esquizofrenia é a adesão ao tratamento. Muitas vezes, as pessoas deixam de tomar a medicação porque se sentem bem ou por causa dos efeitos colaterais dos remédios. Infelizmente, isso pode levar a recaídas. Por isso, é tão importante ter uma rede de apoio e acompanhamento médico regular.

Como Apoiar Alguém com Esquizofrenia?

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Conviver com alguém que tem esquizofrenia pode ser complicado, mas com paciência e compreensão, é possível ajudar. Aqui estão algumas dicas:

– Eduque-se sobre o transtorno: Quanto mais você souber sobre esquizofrenia, melhor poderá entender o que a pessoa está passando e como oferecer apoio.

– Seja paciente: Algumas vezes, a pessoa pode agir de forma confusa ou parecer “fora da realidade”. Não leve isso para o lado pessoal e tente não discutir diretamente com ela sobre as crenças ou alucinações. Ao invés disso, mostre que você está ali para ajudar.

– Incentive o tratamento: Às vezes, pode ser difícil para a pessoa reconhecer que precisa de ajuda. Estimule o acompanhamento médico e o uso correto da medicação.

Conclusão

A esquizofrenia é uma condição que traz grandes desafios, mas com o tratamento certo e o apoio de pessoas próximas, é possível levar uma vida estável. O mais importante é combater o estigma que ainda existe em torno do transtorno, oferecendo compreensão, empatia e suporte para quem enfrenta essa luta.

Se você ou alguém que você conhece vive com esquizofrenia, não hesite em buscar ajuda. Lidar com os sintomas é difícil, mas há caminhos para viver com mais qualidade e harmonia, mesmo em meio às adversidades.

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