Feridas Emocionais da Infância: Descubra Qual Ainda Dói em Você

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Feridas Emocionais da Infância: Descubra Qual Ainda Dói em Você

Sabe o que são feridas emocionais na infância? Vamos entender o que pode ser isso?  Você ainda sente dores que não consegue explicar? Isso tem explicação e pode ser uma ferida emocional gerada na sua infância e ainda está influenciando na sua vida adulta é importante descobrir e como identificar suas feridas, buscando assim  a sua cura interior.

Você já se perguntou por que certos gatilhos emocionais te desestabilizam tanto?

Por que determinadas críticas doem mais do que deveriam? Ou por que você sente uma insegurança que parece não ter explicação?

Muitas dessas respostas estão escondidas em um lugar que quase ninguém gosta de revisitar: a infância.

E não, não estamos falando apenas de traumas graves ou abusos explícitos. Às vezes, basta uma ausência afetiva, um silêncio em momentos difíceis, uma crítica constante, ou uma comparação recorrente para deixar marcas profundas e feridas invisíveis que nos acompanham até a vida adulta.

Essa conversa  é um convite para olhar com coragem para essas feridas. Não para remoer o passado, mas para compreender o que ainda dói, e principalmente, para começar um processo de cura.

Primeiramente vamos pelo começo, para entender o nosso emocional e seu funcionamento.

O Que São Feridas Emocionais?

Carregamos dores que nem sabemos de onde vêm. Feridas emocionais são essas marcas internas, deixadas por experiências dolorosas que não conseguimos compreender ou processar totalmente, especialmente durante a infância, sendo uma fase em que somos extremamente sensíveis e vulneráveis.

Essas feridas não desaparecem com o tempo. Muito pelo contrário, elas ficam ali, quietas, como se estivessem adormecidas. Com o passar dos anos, alojam-se na nossa mente e se tornam tão automáticas que muitas vezes nem percebemos que estão a guiar nossas atitudes. Assim, acabam por influenciar a forma como nos relacionamos, tomamos decisões, nos vemos e sentimos o mundo ao nosso redor.

A infância é, sem dúvida, um momento-chave na formação da nossa identidade. Afinal, é nessa fase que começamos a aprender o que é amor, aceitação, pertencimento e segurança. Contudo, quando esses elementos são ameaçados por rejeições, críticas ou ausência emocional, criam-se feridas que impactam diretamente a construção da nossa autoestima. E, por conseguinte, moldam a maneira como nos enxergamos e nos posicionamos na vida adulta.

Por isso, reconhecer essas feridas é um passo essencial. Aos poucos, ao dar-lhes nome e espaço, podemos começar o processo de cura.

Sendo de extrema importância destacar:

‘Não se trata de culpar os pais ou responsáveis, mas de compreender que cada criança sente de forma única e que, muitas vezes, a dor nasce do que ela não conseguiu nomear ou entender na época.’

Principais Feridas Emocionais da Infância

Existem cinco feridas emocionais principais que são frequentemente identificadas por psicólogos e estudiosos da área. Cada uma delas deixa marcas distintas no comportamento adulto. Vamos conhecê-las?

1. Ferida da Rejeição

Origem:

Surge quando a criança sente que sua presença, emoção ou existência não são desejadas. Pode vir de um abandono emocional, uma gestação não planejada, um afastamento precoce dos pais ou frases como “você é muito difícil”.

Como se manifesta na vida adulta:

  • Medo intenso de ser rejeitado.
  • Dificuldade em se entregar emocionalmente.
  • Tendência ao isolamento ou à autossabotagem.
  • Sensação de não pertencimento.

2. Ferida do Abandono

Origem:

Está ligada à ausência afetiva, física ou emocional de figuras de apego. Isso pode acontecer mesmo com pais presentes fisicamente, mas emocionalmente ausentes.

Como se manifesta na vida adulta:

  • Medo de ficar sozinho.
  • Dependência emocional.
  • Relacionamentos marcados por ansiedade e controle.
  • Carência afetiva constante.

3. Ferida da Humilhação

Origem:

Surgem quando a criança foi envergonhada, exposta ou desvalorizada, especialmente em momentos de vulnerabilidade. Também pode vir de críticas relacionadas ao corpo, às emoções ou ao comportamento.

Como se manifesta na vida adulta:

  • Vergonha constante de si mesmo.
  • Dificuldade de se expressar.
  • Sentimento de não merecimento.
  • Comportamento autodepreciativo.

4. Ferida da Traição (ou Desconfiança)

Origem:

Nasce quando a criança sente que promessas não foram cumpridas ou que não podia confiar nos adultos à sua volta.

Como se manifesta na vida adulta:

  • Dificuldade em confiar no outro.
  • Comportamento controlador.
  • Ciúme excessivo.
  • Medo de ser enganado ou traído.

5. Ferida da Injustiça

Origem:

Surge em ambientes muito rígidos, exigentes ou frios emocionalmente. A criança sente que precisa se esforçar o tempo todo para ser aceita ou valorizada.

Como se manifesta na vida adulta:

  • Perfeccionismo.
  • Dificuldade em reconhecer erros.
  • Raiva reprimida.
  • Busca constante por aprovação.

Pergunta para você refletir agora:

Você se identificou com alguma dessas descrições? Ou talvez mais de uma?

É muito comum termos mais de uma ferida, com uma predominando em diferentes fases da vida.

Quais São os Impactos Dessas Feridas Não Curadas?

Ignorar feridas emocionais é como ignorar uma dor física constante. A gente até se acostuma com ela, mas ela continua nos limitando.

Essas feridas não tratadas podem afetar todas as áreas da sua vida, muitas vezes sem que você perceba.

Impactos nas emoções:

  • Ansiedade crônica.
  • Depressão.
  • Explosões emocionais ou apatia.
  • Sentimento de vazio constante.

Nos relacionamentos:

  • Medo de se entregar.
  • Ciúmes e insegurança.
  • Dificuldade de impor limites.
  • Repetição de padrões tóxicos.

Na vida profissional:

  • Perfeccionismo paralisante.
  • Autossabotagem.
  • Medo de se expor.
  • Baixa autoestima e insegurança.

Um estudo publicado pela Harvard University apontou que traumas emocionais na infância estão diretamente relacionados a maiores índices de depressão e dificuldades relacionais na vida adulta.

O corpo emocional, quando ferido, continua pedindo atenção  até que seja escutado.

Caminhos Para a Cura Emocional

Toda ferida pode ser cuidada. Sendo que com tempo, consciência e apoio certo, é possível transformar essas dores em sabedoria e libertação.

1. Reconheça sua ferida com compaixão

Portanto, o primeiro passo, antes de qualquer coisa, é olhar com carinho para aquilo que, de alguma forma, ainda dói; afinal, ignorar, evitar ou até minimizar essa dor, em vez de ajudar, apenas prolonga o sofrimento. Por isso, permita-se, com gentileza e sem julgamentos, reconhecer a sua história, mesmo que aos poucos, e acima de tudo, sem culpa.

Exercício prático:

Tente escrever uma carta para você mesmo quando criança.

O que você gostaria de ter ouvido? O que você sentia naquela época?

Essa prática é profundamente curativa.

2. Nomeie o que sente

A psicologia cognitivo-comportamental nos mostra que nomear as emoções ativa áreas do cérebro ligadas ao controle emocional.

Por isso, ao dizer “estou sentindo tristeza”, você já está começando a cuidar dessa emoção.

3. Repare suas necessidades emocionais atuais

Pergunte-se:

  • O que eu não recebi na infância que ainda busco hoje?
  • Como posso dar isso a mim agora?

Às vezes, é acolhimento. Outras vezes, é segurança, validação, ou simplesmente alguém que escute sem julgar.

Aprender a se oferecer isso é um passo gigante.

4. Pratique a autoaceitação

Você não precisa ser perfeito para ser digno de amor.

A ferida da infância muitas vezes nos fez acreditar que só seríamos amados se… fôssemos bons, fortes, produtivos, calmos, invisíveis.

Mas a verdade é que você já é suficiente.

Agora é hora de se acolher exatamente como você é.

5. Procure apoio terapêutico

A terapia é um espaço seguro para explorar essas dores.

Com a ajuda de um psicólogo, você pode reconstruir sua narrativa interna, ressignificar sua história e aprender novas formas de se relacionar consigo e com o mundo.

Portanto sempre lembre que pedir ajuda não é sinal de fraqueza. Mas é sinal de coragem.

Cuidar da Criança que Ainda Mora em Você

Dentro de cada adulto, existe uma criança que ainda precisa de colo, escuta e aceitação. Afinal, ela não desapareceu com o tempo. Pelo contrário, ela apenas aprendeu a se calar.

Talvez, sua vida hoje esteja sendo guiada por decisões que, na verdade, não são realmente suas, mas sim da criança ferida que você foi.

Por isso, é possível que você esteja se sabotando, se criticando ou se exigindo demais porque, lá atrás, aprendeu que precisava ser de um certo jeito para ser aceito.

Entretanto, agora, Norika, você pode reescrever essa história. Ou seja, pode escolher um novo caminho.

Você pode olhar para si com compaixão. Além disso, pode conversar com essa criança interior e dizer:
“Eu te vejo. Eu estou aqui. E eu te aceito.”

A cura não acontece de um dia para o outro. No entanto, ela começa no momento em que você escolhe parar de fugir da dor e passa a escutá-la com respeito e amor.

Olhe para Você

E agora, te deixo com uma pergunta que, talvez, possa transformar o teu dia:

Afinal, qual ferida da infância você acredita que ainda dói em você hoje?

Se por acaso sentir vontade, compartilhe aqui nos comentários. Dessa forma, o seu relato pode tocar outras pessoas que também estão em processo de cura.

Além disso, se este texto fez sentido para você, envie para alguém que também precise dessa escuta. Afinal, todos nós estamos a lidar com algo, mesmo que em silêncio.

Porque, muitas vezes, a gente cura o outro só por ter a coragem de se abrir.

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