Por que Abandono a Terapia?

Por que Abandono a Terapia? O Conflito de Lidar com a Realidade

Você já começou a terapia cheio de expectativas, mas, de repente, sentiu vontade de desistir?

Uma das questões que envolvem a terapia e que acontecem frequentemente em consultórios é o abandono da terapia. Se isso aconteceu com você, saiba que não está sozinho. Muitas pessoas começam a terapia buscando respostas, alívio ou mudanças. Mas, em algum momento, bate aquele incômodo. Pode ser que as sessões fiquem pesadas, que você sinta que está girando em círculos ou, pior, que precise encarar verdades difíceis demais.

E então, sem perceber, a vontade de fugir aparece. Você começa a adiar as sessões, inventa desculpas para faltar, ou simplesmente some, começam a vir pensamentos como: “Isso não está funcionando para mim.”

Mas por que isso acontece?

O que nos leva a abandonar um processo que, no fundo, sabemos que pode nos fazer bem?

E, mais importante: como podemos enfrentar essa resistência e continuar avançando?

Se essas perguntas já passaram pela sua cabeça, esse artigo é para você. Vamos conversar sobre os motivos mais comuns para o abandono da terapia, como o medo de encarar a realidade pode influenciar isso e o que fazer para não desistir no meio do caminho.

Por que Abandonamos a Terapia?

Muitas pessoas entram na terapia esperando um alívio rápido, como se fosse um remédio que resolve tudo. Mas a verdade é que o processo terapêutico pode ser desconfortável, é demorado, pois não existe mudanças repentinas e se houver desconfie se isso permanecerá na sua vida.  Às vezes, dói olhar para dentro. E esse desconforto pode nos levar a desistir.

Aqui estão alguns dos motivos mais comuns para o abandono da terapia:

O Processo Está Funcionando (Mas Isso é Assustador)

Parece estranho, né? Mas muitas vezes abandonamos a terapia justamente porque ela está funcionando.

Isso acontece quando começamos a perceber padrões, traumas e emoções que sempre tentamos evitar. No começo, pode parecer libertador entender nossas dores. Mas, em seguida, surge um peso: “E agora? O que eu faço com isso?”

A realidade pode ser difícil de encarar. Afinal, quando nos damos conta de que algo precisa mudar, somos colocados diante da responsabilidade de agir. E nem sempre estamos prontos para isso.

A Ilusão do “Já Estou Bem”

Outro motivo comum para o abandono da terapia é quando começamos a sentir uma melhora e pensamos: “Agora que estou melhor, não preciso mais disso.”

E faz sentido. Se começamos a terapia por conta de uma crise e agora essa crise passou, a necessidade imediata parece ter desaparecido. Mas é aí que mora o perigo.

A terapia não serve apenas para apagar incêndios. Ela nos ensina a evitar que os mesmos problemas se repitam no futuro. Muitas vezes, quando abandonamos nesse ponto, acabamos voltando meses ou anos depois, quando outra crise aparece.

Medo da Mudança e do Autoconhecimento

Mudar é assustador. Até os padrões que nos fazem mal são, de certa forma, confortáveis, porque são conhecidos.

Se você cresceu em um ambiente onde precisou agradar todo mundo, por exemplo, pode ter aprendido que colocar limites é algo errado. Quando a terapia te ajuda a perceber isso, surge um medo: “Se eu começar a dizer ‘não’, o que as pessoas vão pensar de mim?”

A terapia muitas vezes nos tira desse piloto automático e nos coloca em contato com quem realmente somos. Mas esse encontro pode ser desconfortável, porque não estamos acostumados a nos enxergar de verdade.

Expectativas Irreais: “A Terapia Não Está Funcionando”

Muita gente desiste porque acha que a terapia não está funcionando. Mas será que não está mesmo? Ou será que estamos esperando resultados rápidos demais?

A verdade é que o autoconhecimento não é um processo linear. Algumas sessões são reveladoras, outras parecem monótonas. Às vezes, achamos que estamos regredindo. Mas, na realidade, é um ciclo de avanços e retrocessos que faz parte do caminho.

Se você sente que nada está mudando, talvez valha a pena conversar com seu terapeuta e entender melhor suas expectativas. Muitas vezes, a mudança já está acontecendo, só que de um jeito mais sutil do que imaginamos.

Como Encarar a Realidade sem Fugir da Terapia?

Agora que entendemos por que o abandono acontece, vamos falar sobre o que fazer para continuar firme no processo.

Reconheça o Medo e Fale Sobre Ele

Se a terapia está mexendo com você, isso não é um sinal de que algo está errado, na verdade, pode ser um sinal de que você está no caminho certo.

Se perceber que está sentindo vontade de desistir, fale sobre isso com seu terapeuta. A fuga geralmente acontece quando evitamos nomear o que estamos sentindo. Mas, quando colocamos para fora, conseguimos entender e lidar melhor com o processo.

Encare a Terapia como um Investimento no Futuro

Se você parar para pensar, a terapia não é só sobre o presente. Ela é um processo de construção que vai te ajudar a lidar melhor com os desafios da vida daqui para frente.

Imagine que sua mente é uma casa que precisa de reforma. Você pode viver nela do jeito que está, com goteiras e rachaduras, ou pode encarar o trabalho de consertá-la. O processo é trabalhoso, mas o resultado vale a pena.

Diminua a Pressão: Não Existe “Terapia Perfeita”

Muita gente desiste porque acha que a terapia não está indo na velocidade que gostaria. Mas a verdade é que cada pessoa tem seu próprio ritmo.

Se sentir que está avançando devagar, experimente mudar sua perspectiva. Ao invés de focar no destino final, pergunte-se: “O que eu aprendi sobre mim desde que comecei?”

Às vezes, a mudança acontece de forma sutil, mas isso não significa que ela não esteja acontecendo.

Dê a Si Mesmo Permissão para Continuar

Se você sente vontade de fugir, isso significa que existe algo importante ali. Mas, em vez de correr, pergunte-se:

O que estou tentando evitar?
Qual parte da minha história está doendo mais?
O que me assusta tanto em olhar para isso?

Encare a terapia como um espaço seguro para explorar essas questões, sem julgamentos.  Seja sincero com seu psicologo, não omita situações do seu conflito, dessa maneira fica difícil ele poder te direcionar . Você não precisa ter todas as respostas agora. O importante é seguir.

Você Merece Esse Processo

Se você sente que está pronto para abandonar a terapia, eu te convido a pausar por um momento e refletir: será que você está fugindo de algo importante?

A terapia pode ser desconfortável, mas também pode ser transformadora. O medo, a resistência e até a vontade de desistir fazem parte do caminho. Mas você não precisa enfrentar isso sozinho.

E se, ao invés de desistir, você tentasse conversar sobre essa vontade com seu terapeuta? Pode ser que, no fim das contas, essa seja uma das conversas mais importantes da sua jornada.

E lembre-se: você merece esse cuidado. Você merece esse processo.

Se identificou com esse texto? Já sentiu vontade de desistir da terapia? Me conta nos comentários!

 

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